Dizer que o mundo está em constante transformação já virou clichê. E tais mudanças se processam de forma cada vez mais rápida no século XXI – a sociedade da Informação, com grande notoriedade e reflexos no mundo dos negócios.

Como é sabido, a transformação de matérias-primas em bens ou serviços requer a exploração de recursos naturais, que são finitos. Há poucas décadas, essa informação não era considerada nos processos produtivos e as empresas praticavam a gestão do “lucro a qualquer custo”. Essa atitude representa uma filosofia de Administração que ainda é praticada por muitas empresas, que não se sentem responsáveis pelos impactos negativos (muitas vezes econômicos) que as suas ações predatórias provocam.

Diante de tantas catástrofes socioambientais, torna-se necessário refletir até que ponto esse lucro a qualquer custo é válido. De que forma uma empresa produzirá se o meio ambiente não estiver preservado? Como poderá haver desenvolvimento se as empresas adotarem posturas desumanas e discriminatórias? Como colaborar para a manutenção de economias locais? Perguntas como as anteriores norteiam a discussão sobre o desenvolvimento sustentável nos negócios.

Hoje, uma das definições mais aceitas para desenvolvimento sustentável afirma que é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. Uma das bases para a assimilação desse conceito nos negócios é ter consciência de que os recursos naturais são finitos, e que os recursos sociais são relevantes, e adotar atitudes concretas na gestão, que comprovem o real envolvimento da empresa com o assunto.

As empresas já começaram a ser cobradas pela sociedade para colocarem em prática os conceitos de desenvolvimento sustentável, no entanto, é necessário tomar consciência de que promovê-lo não é papel apenas das empresas e sim de todas as pessoas, porque empresas são feitas de pessoas.

Muitas pessoas aliam o conceito de desenvolvimento sustentável apenas à vertente ambiental. Isso é uma idéia completamente equivocada. O verdadeiro desenvolvimento sustentável respeita três vertentes: o ambiental, o econômico e o social, que apresentam uma relação de total interdependência.

MAURICIO DONAVAN RODRIGUES PANIZA é aluno do curso de Administração da PUC-PR e colunista do site TV Ecológica.

Fonte: Jornal de Londrina, 19/03/2010.